Faz parte de nós, não há forma de o contornar. Reconhecer que existe em nós essa vibração baixa e, por isso mesmo, um potencial para manifestarmos o Mal, é o primeiro passo para pararmos de permitir que nos manipule.
Falo muito sobre os Anjos, a Alma, a Fonte/Deus e o Amor, porque é essa a vibração que quero projectar nos artigos e nas demais comunicações, porém não devemos passar uma borracha sobre uma realidade que existe, está aqui e tem raízes em cada um de nós. Porque é que não falo muito neste lado sombra? Porque, regra geral, irá suscitar Medo e isso é algo que não quero promover. Gostaria que o/a leitor/a pudesse ler este artigo com discernimento e não com a reactividade de quem não quer sequer ouvir falar de um assunto, porque lhe causa horror. Se sente que não é capaz neste momento de ler sobre a experiência humana do ponto de vista da Dualidade, não se obrigue a fazê-lo. Deixe este artigo de lado, marque-o para ler mais tarde ou nem sequer o ler. Se sente que não é o momento, não force.
Para aqueles que ainda aqui estão, gostaria que lessem este artigo com uma mente aberta e um coração aberto. Não se trata de colocar culpas em cima de nós nem de criar ressentimentos ou remorsos, trata-se sim de uma comunicação honesta sobre a experiência humana interna. Não irei entrar em demasiados detalhes, porque isso tornaria o artigo muito moroso e difícil de mastigar, mas gostaria de me focar no momento presente para falar sobre a intelectualização do Mal.
Quando é que permitimos em nós, e nos líderes do mundo, esta intelectualização do Mal? Quando o fazemos em nome de valores elevados, como o da Paz e da Defesa (geralmente dos “bons” contra os “maus”). É a intelectualização do Mal e do Horror, porque aceitamos que se executem acções que, doutro modo, nunca aceitaríamos. Fazemo-lo porque estamos petrificados pelo Medo e por aquilo que pode acontecer. Então, olhamos para cima, para os nossos líderes, que têm o dever de nos defender, e damos-lhes o nosso aval para fazerem o que é necessário. Colocamo-nos num dos lados da trincheira, permitimos que vilanizem o outro lado, chamem nomes, persigam, digam “Eles não são iguais a nós”, ou seja, desumanizamos os outros, de forma a nos ser mais fácil aceitar actos de violência e agressão.
Aquilo que se passa à escala global não é mais do que uma representação do Ser humano a viver a sua Dualidade. Uma vivência da Dualidade onde se dá primazia a valores que criam mais violência e miséria no mundo acreditando que gerarão Amor e Justiça. A nossa mente faz esta intelectualização, diz que é um mal necessário, que doutra forma não poderemos ter Paz. Porém, para quem queremos ter Paz? Para nós próprios, a nossa família, os nossos amigos, os nossos compatriotas, quem partilha da mesma religião, o nosso cantinho na Terra, etc… no fundo, aquilo que consideramos ser o nosso “clã”? Ou, quando falamos em Paz, queremos para todos? Todos os Seres humanos, sem excepção?
Caro/a leitor/a, é importante começar a ter noção da nossa própria infantilização. A maioria das pessoas vive um estado de infantilidade num invólucro de adulto, muito promovido pelas instituições e cultura onde cresceu. Estamos sempre à espera que nos digam o que fazer, o que pensar, o que sentir. Chegamos ao extremo de aceitar a censura como algo benéfico, como se fosse bom que “grupos selectos” decidam os conteúdos que devemos nós consumir, porque eles são os “bons” que nos protegem contra os “maus”.
Caro/a leitor/a, não acha que já chega desta ausência de Poder pessoal? Quando vai chegar o momento em que vai dizer a si próprio “Eu sou a Alma, tenho um propósito mais elevado, é suposto vir trazer mais Luz à Terra e por isso sou um receptáculo para a Energia Divina que me vai transmitir a Sabedoria da Fonte/Deus”? Em vez de ficar petrificado/a de Medo a acreditar quando lhe dizem que é fraco/a, tonto/a, ignorante, que precisa que lhe dêem a mão e o/a levem ao colo? Não estou a menosprezar o Medo que sente dentro de si, porque sei como pode ser forte e difícil de ultrapassar, mas basta apenas um momento de claridade em que decide de parar de colocar o seu próprio Poder nas mãos dos outros.
Não lhe parece cada vez mais difícil de engolir a ideia de “guerra necessária” ou “guerra ética” ou “guerra para ganhar a Paz”? Não lhe parece um conceito estranho que, de um dia para o outro, se decida que um grupo inteiro de pessoas seja inferior a todos os outros e que já não mereça respeito, consideração e dignidade? Que em poucos dias são eles os vilões e nós é que somos os bons? Não lhe parece sempre a mesma história que vemos nos filmes, séries, livros em que há o lado do Herói e o lado do Vilão? Sabe porque é que, apesar de a intelectualização do Mal que a Mente faz, e apesar de essa intelectualização “fazer sentido”, o coração faz aquele “apertozinho” quando assiste a estas situações? É porque o coração sabe que nada de bom será obtido através da agressão, da censura e da imposição. Nada.
Se observarmos o que acontece à escala global como representação da Dualidade que existe em todos nós, poderemos começar a reconhecer cá dentro essa mesma Dualidade. Se está no caminho espiritual, então é porque é uma pessoa que faz muita introspecção. É naturalmente observador e procura respostas dentro de si e através da Vida sobre o Amor, a Espiritualidade e tudo o que o/a rodeia. Quando está perante situações emocionais difíceis com outras pessoas, se escolhe o caminho da imposição e da agressão, o que é que irá obter?
Todos nós, de uma forma ou doutra, temos até a experiência de executarmos acções com a melhor das intenções, mas cuja expressão dessas acções não gerou os melhores resultados. Porquê? Porque até a causa mais nobre será sempre influenciada pela forma como é expressa. Sempre. Eu posso estar a pensar em Amor, mas se a expressão desse Amor é feita através de gritos e acções agressivas, o Amor não estará lá expresso. A intenção original foi contaminada e o seu potencial foi manipulado para projectar vibrações baixas.
Há aqui um ensinamento que é importante integrar em nós: para a Energia, não interessa qual é a causa ou se temos razão, a única coisa que importa é a Vibração da Energia projectada.
Nós, o nosso corpo/mente, é como um enorme processador de emoções, ideias, convicções, valores, etc., que irá expressar-se consoante o grau/nível da nossa Consciência Divina. Se a nossa ligação ao Divino, feita através do coração, for frágil, então seremos manipulados pelo lado sombra da nossa Dualidade onde residem os impulsos através do Medo e das Paixões impulsivas. Iremos sempre sentir essas pulsões, porque a Dualidade existe em nós, mas se as reconhecermos e tivermos uma ligação forte à nossa Alma, essas pulsões sombra serão transmutadas e sublimadas em vibração elevada.
É por isso que os Anjos insistem tanto na progressão espiritual, no amadurecimento das nossas emoções e na integração da Alma. É porque essa evolução é a nossa porta para a verdadeira Sabedoria que nos permite romper as ilusões do mundo e das vibrações baixas. Elas continuarão a existir, mas as nossas percepções serão superiores a elas simplesmente porque temos acesso a uma Energia superior e inesgotável: a da Fonte/Deus através da nossa Alma.
Num dos artigos recentes que escrevi no blogue (Viver uma Espiritualidade Sincera), falei sobre a Espiritualidade Utilitária, ou seja, uma Espiritualidade que pergunta sempre “, se fizer isto/aquilo, o que posso obter para mim?” e que é uma forma de viver o caminho espiritual muito limitada e compartimentalizada, porque transforma a ligação Divina numa espécie de relação laboral em que obtemos “recompensas” por tarefas executadas. Mas, para além disso, esta Espiritualidade Utilitária cria também uma visão separatista em que os valores da Alma aplicam-se apenas a algumas áreas da vida ou circunstâncias. Não se aplicam a todas as situações, porque quando estamos consumidos pelo Medo, então a intelectualização do Mal faz-nos sentido, por uma questão até de auto-preservação e controlo.
Quero concluir este artigo, caro/a leitor/a, não para impôr uma visão pessoal, mas para o/a encorajar a reflectir sobre si próprio, honestamente. O que significa para si Amor Incondicional? O que significa para si a Espiritualidade, essa busca do Amor, da Paz e da Verdade? Pertence apenas a alguns momentos do dia ou fases da sua Vida, é relevante apenas quando as circunstâncias do quotidiano ou do mundo parecem ser as certas ou é algo sempre presente, sempre importante, sempre central? Seja honesto/a consigo, sem culpas, ressentimentos ou reactividades.
Procure bem dentro de si a Verdade do que é realmente o Amor. Os Valores da sua Alma não são empecilhos, são aquilo que o/a irá salvar dos Castelos da Ilusão que insistem que você, caro/a leitor/a, não é mais que um grão de areia insignificante e ignorante. Não é. Mas, é preciso que o diga a si próprio, continue a caminhar na direcção da Alma e que se permita abrir à Sabedoria Divina que está cá para todos. O seu Anjo da Guarda está consigo a ajudá-lo em cada momento a encontrar a sua Verdade Interior, permita que ele o/a ajude a abrir esse caminho de volta à sua Alma e aos valores verdadeiros do Amor, da Paz e da Compaixão.
Muita Luz,
Sofia
No meu site, tenho sessões à distância para ajudar à Evolução individual:
🌻Tratamento
(frequência recomendada: regular)
🌻Limpeza
(frequência recomendada: pontual)
Site das minhas pinturas🎨: sofiamotamarques.art
Subscreva abaixo para receber no seu email a minha próxima publicação:
