Procurar a nossa Beleza Interior

O caminho espiritual é um caminho que comporta muita diversidade. O farol que nos orienta é o mesmo, mas há várias maneiras de lá chegar e nós, da nossa própria forma única, trilhamos esse caminho singular que não é comparável ao de mais ninguém.

Temos tendência, como seres humanos, a procurar semelhanças ou um “manual de instruções” nas pessoas que achamos estarem já mais lá à frente no caminho do que nós, Procurar orientação e apoio nestas pessoas é uma vantagem e algo que todos nós, num momento ou noutro, precisamos de fazer, porém deixa de ser benéfico quando procuramos fazer uma colagem da experiência espiritual do outro em nós próprios. Esta colagem leva a muitas frustrações e confusões, porque se resultou com o outro, porque não resulta connosco? A resposta é simples, mas muitas vezes difícil de aceitar (ou de compreender).

Não é por falta de capacidade ou disciplina, é simplesmente porque o outro não somos nós. É interessante observar como apesar de fazermos parte do Todo e a Alma ser Una com o Divino, a própria experiência da dualidade que faz parte da vida humana também provoca um desdobramento nas experiências do caminho espiritual. Se as nossas intenções forem puras, a procura do Divino é a mesma para todos nós, é a procura da União. Porém, a própria experiência humana da separação (ou dualidade) faz com que os caminhos também sejam eles separados em termos de experiências, compreensões, circunstâncias, etc. Uma pessoa que tome a decisão de passar o resto da vida num mosteiro está no mesmo caminho espiritual e procura do Divino como a pessoa que decide ficar na cidade, ter um emprego e procurar o mesmo Divino. Uma experiência não é superior à outra.

Apesar de ser difícil para a nossa Mente compreender, porque ela gosta de fazer comparações e juízos de valor, é possível (e desejável) alcançarmos o nosso melhor potencial já a partir de hoje, esteja em que ponto do caminho estejamos. Na verdade, para o Divino pouco importa a etapa em que nos encontramos, desde que nos encontremos numa etapa qualquer, ou seja, não há pressa de chegar ao Passo L se ainda estamos no Passo B. Ambos os passos são igualmente importantes, só a nossa Mente é que “gosta” de se atormentar pensando que está atrasada ou que perdeu o comboio. Se pudermos relaxar no ponto em que nos encontramos, podemos ter plena confiança de que estamos a ser guiados no nosso caminho espiritual único, que não é igual ao de mais ninguém. Por exemplo, ir para um mosteiro não é para toda a gente e ainda bem, porque senão a estrutura do Mundo actual ficaria em escombros. Porém, para algumas pessoas a sua própria Alma chama-as para deixarem tudo para trás e ir para um país longínquo e lá ficar num estudo vitalício das práticas espirituais. No entanto, esta situação não é um requisito para estarmos no caminho espiritual com os dois pés, para muitos de nós a experiência do quotidiano em família e num contexto urbano é exactamente aquilo de que precisamos para avançar no nosso próprio estudo espiritual, e que comporta também possíveis mudanças no futuro, pois nada fica igual para sempre.

Assim, quando nos sentimos frustrados connosco como se o que estamos a viver actualmente não fosse o suficiente ou achamos que devíamos estar noutro sítio qualquer, uma perspectiva mais equilibrada seria tentarmos aceitar o que vivemos actualmente e procurar orientação divina para eventuais acções futuras. Se essa orientação não chegar sob a forma de acção directa (ou se as circunstâncias se mantiverem iguais), então é porque é suposto vivermos essas circunstâncias mais um tempo, de forma a fazermos as compreensões necessárias e avançar no nosso crescimento interno. Por vezes, o sítio mais doloroso para estar é onde devemos permanecer de forma a encontrarmos a verdadeira Força interna (que esteve oculta tanto tempo e que nos levou à situação que vivemos agora), para que essa Força nos dê o impulso necessário para motivar a mudança de forma mais pacífica e harmoniosa possível.

Aceitar as nossas circunstâncias e continuando a trabalhar na direcção do Divino irá gerar frutos, aliás, gera frutos todos os dias, apesar de alguns serem demasiado subtis para os reconhecermos. Não é preciso ter pressa nem acreditar que estamos atrasados ou que a culpa é nossa porque fizemos tudo aquilo que vimos os outros fazer e ainda não resultou connosco. O caminho espiritual é o caminho também da auto-descoberta e essa intimidade connosco próprios é um processo individual, que pode beneficiar de orientação externa, mas que em último caso desabrochará na sua própria Flor única no universo inteiro.

Nós que tanto procuramos a Beleza da Vida, ignoramos muitas vezes a Beleza que reside em nós. O caminho espiritual traz-nos de volta a essa realidade, a essa Verdade: que somos Únicos na nossa Beleza individual e que compomos uma enorme manta cintilante de Luzes que é o Divino. Todos iguais na nossa Busca, mas muito diferentes na concretização do Caminho.

Muito Amor e Luz,

Sofia

Trabalho em conjunto com os Anjos, Seres Divinos e a Fonte. A geografia não impede, é tudo feito à distância❤️ :

☀️​Tratamentos

☀️​Limpezas

Deixe um comentário