Não Esquecer o Amor

Parece um título óbvio e desnecessário, mas na verdade é muito importante! É daquelas afirmações que não são tradicionais, porque é construída na negativa com o uso do “não” (geralmente, afirmações são frases positivas), mas é algo do qual nos devemos lembrar todos os dias.

Nós, humanos, mesmo os melhor intencionados, temos aquela terrível tendência de compartimentalizar tudo. Numa categoria, colocamos “x”, na outra colocamos “y”. Dividimos a nossa vida da mesma maneira: das tantas às tantas, sou funcionário/empresário; depois, sou motorista e vou buscar os miúdos à escola; sou cozinheiro/a para aplacar as feras famintas da família; sou o/a senhor/a da limpeza que deixa (ou tenta deixar) tudo num brinco; sou atleta quando vou ao ginásio; sou jibóia quando me afundo no sofá e esqueço o mundo; algumas semanas do ano sou livre, porque estou de férias; sou um/a sonhador/a quando imagino cenários em que faço aquilo que gosto, mas que não acredito poder alcançar… e, tantas outras categorias. Esta visão separatista da vida expressa-se até na medicina tradicional, onde tratamos as pessoas “às postas”, por secções como se fôssemos o IKEA.

É claro, caro/a leitor/a, que eu sei que se esforça imenso para viver uma Espiritualidade integrada, até porque sabe melhor do que ninguém os custos que colhemos quando vivemos num carrossel infinito sem prestar atenção ao que nos rodeia. O nosso corpo, incluindo a nossa mente, mais tarde ou mais cedo, irá mostrar sinais (mais ou menos violentos) da negligência a que é submetido. E, nesses momentos, torna-se muito difícil continuar a ignorar. Comprometemo-nos então ao caminho espiritual, tomando acções que nos ensinam a tratar o corpo, a mente e o coração de forma diferente e mais estreita. Compreendemos a importância do relaxamento, da redução do stress, da alimentação equilibrada, dos relacionamentos saudáveis, etc… Lemos livros, executamos práticas, implementamos estratégias no nosso dia para conseguir integrar cada vez mais a Espiritualidade. Ao escrever estas palavras, até ouço os Anjos às gargalhadas! Não estão a gozar connosco, acham sim piada à forma como olhamos para nós e a vida.

Eles sabem que nada está separado. Uma parte de nós influenciará sempre o Todo. Se me sinto exausto, de pouco servirá motivar-me e esforçar-me imenso para ir fazer uma sessão de cardio intensa durante 2 horas no ginásio do bairro. Se o corpo está exausto, vou contrariá-lo e puxar por ele ainda mais? Só o faço, porque em vez de aceitar o momento em que estou, ponho-me a pensar que há três dias que não me mexo e ainda comi aquele bolo que não devia ter comido e depois atormento-me com a ideia de aumentar centímetros quando ainda o mês passado me tinha “portado tão bem”… E, há imensos exemplos deste tormento auto-infligido em todas as áreas da nossa vida. A Culpa é o estado de espírito mais constante nas pessoas da actualidade. Culpa por fazer e culpa por não fazer. Este estado de sobrecarga mental, em que sentimos permanentemente que nada do que fazemos é suficiente, cria um stress monumental para nós próprios. E, por muito que consigamos compartimentalizar a nossa vida, é este estado mental fragmentado e exausto que irá permear tudo aquilo que fazemos.

Porque nada está separado, mesmo quando nos convencemos de que está. E é por isso que já assisti (e continuo a assistir) a tantos terapeutas que trabalham afincadamente para desenvolver os seus dons, executando práticas cada vez mais complexas quando no final de tudo, esqueceram o que é mais importante: Não Esquecer o Amor. Vejamos: de que me serve ir ao ginásio todos os dias se de cada vez que me vejo ao espelho só detecto aquilo de que não gosto, aquilo que ainda quero mudar? E, de que me serve querer mudar de vida profissional se continuo a achar que o sucesso só é alcançável com terríveis sacríficios? Se penso que a vida é um grande novelo que só me trará dores e dificuldades, de que me serve mudar de casa/país/vida? Esse estado interno emocional e mental irá seguir-me para qualquer mudança que eu faça, seja ela qual for. Porque nada está separado!

Igualmente, de que me serve sorrir constantemente até os ossos doerem se por dentro a minha mente acha que os outros são todos imbecis/maus/degenerados? Ou se, por outro lado, acredito que eu sou imbecil/mau/degenerado…? Olhemos primeiro para dentro, bem para dentro, caro/a leitor/a, e perceber o estado em que nos encontramos. Lembrar de não esquecer o Amor. O Amor por nós e pelos outros. Existem ferramentas e ensinamentos fantásticos na prática espiritual para nos ajudar a desenvolver os nossos dons, a amadurecer as nossas emoções, a trazer sabedoria para a mente, mas nenhum deles irá gerar resultados sólidos e reais se nos esquecermos do essencial.

Porque, neste caso, todos os caminhos podem não levar-nos a Roma, mas é bom que desemboquem no Amor. Caso contrário, irão encaminhar-nos para o caminho do Medo em que só existem restrições, receios de não sermos suficientes, sacrifícios atrozes, no fundo, um ascetismo ignóbil disfarçado de “caminho espiritual”. Quanto mais difícil, sóbrio, disciplinador for o caminho, melhor. Só que não… Porque um dos maiores ensinamentos que os Anjos me passam é a Sabedoria do Riso e da Leveza. Porque um coração pesado é um coração aprisionado. E, um coração aprisionado vive cheio de terror sobre o que poderá acontecer. No fundo, vive cheio de terror da Vida.

E esta é a maneira de viver de muitos de nós, de tal forma que já nem nos apercebemos disto, porque já estamos muito habituados. Contudo, há uma excelente forma de perceber se vivemos com o coração aprisionado. É pensar quantas vezes, em média, rimos às gargalhadas (daquelas que quase não conseguimos respirar) sem motivo nenhum. Aquele riso fácil, que abana o corpo todo e não quer saber se alguém está a olhar. E, pensemos, por contraste, quantas vezes sentimos um peso no peito e na cabeça que só com muito esforço conseguimos sacudir (e nem na totalidade)…

Nada está separado. O Amor é a Força da Vida. É o Amor que nos traz de volta à presença do momento. E, uma boa forma de implementar essa Energia na nossa vida é ponderar se, na acção que estamos a pensar tomar, estamos a fazê-lo por Amor. Vou ao ginásio, porque é uma obrigação ou vou ao ginásio porque é uma oportunidade de me conectar ao meu corpo e dar-lhe Amor através do movimento? Faço esta refeição para a minha família, porque é minha obrigação ou porque me dá uma alegria imensa dar-lhes Amor através da comida? Estou a fazer este curso, porque acho que assim as pessoas me irão respeitar mais ou faço-o porque quero aprofundar o meu conhecimento e poder contribuir mais e melhor para mim e o mundo? As acções não têm de mudar forçosamente, mas a nossa percepção delas é que cria a diferença!

Não Esquecer o Amor.

E, acrescento ainda para se lembrar também, caro/a leitor/a: o seu Anjo da Guarda está sempre consigo. Porque não começa neste momento por lhe dizer um “olá” em voz alta e fá-lo todos os dias em que acorda de manhã? O seu Anjo da Guarda vive junto a si e está sempre pronto a ajudar, mesmo em momentos em que precisa apenas de um conforto ou de um confidente. Peça para lhe enviar sinais sobre quais os melhores passos a seguir. Não precisa de caminhar sozinho/a, porque nunca foi suposto fazê-lo sozinho/a. Viemos cá como parte de uma Equipa enorme que existe para nos lembrar de que estamos sempre todos ligados! Não existe separação, nem dentro de nós nem fora de nós. A realidade é a União. União no Amor e através do Amor.

Muita Luz,
Sofia


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(frequência recomendada: regular)

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