Coração: Portal da Alma

Tudo começa no coração.

A Energia flui no nosso corpo físico, nos chacras e cada parte de nós desempenha uma função. O coração é o nosso Guia. Através dele, temos acesso a uma perspectiva mais elevada e à nossa própria intuição.

Infelizmente, na maioria de nós, o coração encontra-se fechado. É mais do que um simples bloqueio, é uma muralha com várias camadas que poderá ser tão larga quanto a extensão da nossa dor.
A partir do momento em que não temos acesso ao nosso coração, a Mente comanda. E, por muitas técnicas de controlo mental que possamos praticar, se não criarmos foco na cura do coração, de nada valerá.

A Mente quando está no comando e auto-suficiente sem a voz do coração torna-se déspota e vive uma vida de renúncia. Renúncia ao Amor, à Paz, à Abundância, à Harmonia e ao Divino. Faz isso em relação a si própria e também aos outros.
Por isso se costuma dizer que quem não está bem consigo, não está bem com ninguém.

Onde reside a Culpa?

A Mente adora culpas e encontrar culpados e não se importa grandemente se nos culpamos a nós próprios ou se culpamos os outros. Na verdade, para a Mente não importa onde está a Verdade, desde que vivamos a nossa vida através do seu filtro mental da “vítima versus predador”.

É comer ou ser comido. E se somos comidos, vamos sentir-nos miseráveis e do lado dos “perdedores que nunca conseguem lá chegar” (onde quer que “lá” seja), e se comemos e ainda tivermos uma réstia de empatia, vamos culpar-nos horrivelmente e sentir que somos o maior traste à face da Terra mesmo que achemos estar do lado dos “vencedores, donos de todo o sucesso material e de status social”.

No território da Mente, não há como ganhar, porque estamos no terreno da baixa vibração, onde apenas o material conta. O material diz-nos qual é o nosso Valor e quanto menos material tivermos menos Valor temos. Por isso, mesmo quando nos sentimos escravizados pelo “material”, iremos lutar por ter cada vez mais com todas as nossas forças, porque sem ele, não sentimos que temos Valor ou que somos merecedores de Amor, Respeito ou mesmo de Vida.

Vidas desperdiçadas e Olhares redutores

Quantas vezes não ouvimos alguém dizer “Desperdiçou a vida” ou “Nunca será alguém” ou “Se fosse menos preguiçoso…”. Porém, essa “plataforma de sucesso” à qual todos devemos sacrificar tudo nunca é algo realmente definido e muda consoante a cultura, os valores e a própria família.
Para muitos, não basta ter um emprego, uma casa, um cão ou um carro, é preciso ter status, ocupar um lugar de influência, fazer parte da “elite”. Para outros, ter apenas um emprego em vez de precisar de dois ou três é já de si um sonho.

Fazer algo “fora da caixa” ou “inovador” só conta quando o resultado é uma conta bancária luxuosa e a capacidade de jantar lagosta todas as noites, se quiser. Porém, todo o caminho que se iniciou com uma ideia aventureira e que leva o seu tempo a gerar frutos, foi também acompanhada de muitas vozes contrárias e que gostam de debitar, do alto da sua sapiência, a “loucura” que é não enveredar pelo caminho mais seguro. Afinal de contas, não devemos todos querer a mesma coisa? Como é que alguém é tão atrevido ao ponto de querer outra coisa e, para além disso, agir nessa direcção?

As vozes acusatórias só se silenciarão quando e se aquela jornada for bem-sucedida aos seus olhos. E, mesmo assim, ficarão sempre muito atentos ao progresso dos projectos, pois se não se desenvolverem ao ritmo de crescimento que consideram “de sucesso”, as vozes voltarão a surgir. E se, por alguma razão, o projecto outrora tão fabuloso for por água abaixo, não perderão a oportunidade de dizer “eu sempre achei que nunca ia dar em nada” e as vitórias passadas não valerão de nada face a um Presente mais desafiante.

É uma total loucura e perda de tempo permitir que as regras da Mente controlem as nossas vidas e as nossas acções. As regras da Mente são as seguidas pela maioria e se permitirmos que as suas vozes entrem e permaneçam dentro de nós, nunca viveremos livres cá dentro. E, esta abordagem das vozes acusatórias aplica-se tanto a projectos comerciais como a projectos de vida: se escolhemos ter filhos ou não, quantos filhos, quantas esposas e quantos maridos, se escolhemos ser solteiros/as para o resto da vida, se escolhemos estar na moda ou ser irreverentes, se escolhemos usar vermelho em vez de azul, etc… é infindável, porque a capacidade da Mente para a crítica é também ela infindável.

Iremos culpar-nos a nós por não sermos “aquilo” que esperam de nós e no dia seguinte vamos culpar-nos por não sermos “autênticos”. Iremos culpar os outros por não nos apoiarem verdadeiramente e na semana seguinte vamos culpá-los por não seguirem os nossos conselhos (ou melhor dizendo: imposições) acerca da sua própria vida.

A Utopia da Mente

Não ganhamos, por muito que nos esforcemos, quando agimos pelas regras da Mente, somos automaticamente perdedores, não por uma questão de Valor, mas porque nos perdemos de nós próprios. Fechamos a nossa Luz, diminuímo-la, porque temos terror das vozes acusatórias e de remar contra a maré e passamos a vida a tentar agradar a gregos e a troianos e o nosso principal foco, merecedor de todas as nossas atenções e sacrifícios, torna-se:

De que forma posso criar um caminho para mim que me traga realização pessoal e também que agrade à minha família/amigos/círculo social?

E, tudo o que não se encaixe nesta estratégia pessoal é considerado inaceitável. Queremos ser acarinhados e reconhecidos pelos outros e sacrificamos a nossa própria Luz no processo. É uma utopia achar que seguir as regras da Mente (a nossa e dos outros) nos levará a essa resposta derradeira e que tudo engloba, sem levantarmos ondas ou levar pedradas, num perfeito alinhamento com a nossa Alma e a Luz. Não existe.

Poderemos ter o apoio de uma ou duas pessoas se elas próprias não seguirem totalmente as regras da Mente e conseguirem reconhecer que alguém é livre de agir sobre a sua própria vida sem estar sujeito a críticas ou acusações sem fundamento. Porém, não podemos contar com essas presenças para Agir, porque muitos de nós não as têm nas suas vidas, não podendo assim ser elemento de travão ou acção na direcção que queremos tomar.

A dádiva da Vida

A vida é uma dádiva. E, quer acreditemos ou não em reencarnação, a vida que temos hoje não se irá repetir. Ela poderá ser mais sofrida ou menos sofrida, mas a sua matiz única de cores não se repetirá em mais local algum do Universo, seja em que tempo for. É preciso parar de dar ouvidos à voz labiríntica da Mente (nossa e dos outros) e procurar a Verdade dentro de nós.

Não é algo secundário, é mesmo prioritário.

Em cada momento que passa na sua vida, em cada respiração, em cada acção, estará a fazê-lo a partir de filtros. Só a mera observação de um objecto muda consoante a pessoa que o observa. O mesmo Olhar influenciará cada decisão importante que tomarmos.

O impacto que a forma como pensamos e sentimos cada momento terá em cada acção que tomamos, em cada palavra que proferimos, o tom de voz que usamos, a nossa linguagem corporal e energética, é imenso e vastíssimo. Terá repercussões em todo o tecido universal, de formas tão profundas que nós não fazemos ideia. Não se trata apenas do Eu (o “Eu” egóico e separatista), trata-se da nossa Alma, que está ligada ao Todo, detentora de um potencial profundo e o Poder para fazer a diferença neste Mundo e Universo. A vida é uma Dádiva e reduzi-la aos escombros da Mente é fechar o nosso coração, é tapar a nossa Luz.

Largar a Tristeza e Abrir o Coração

Tudo na Terra está sujeito a ficar triste. Um animal, uma planta, uma casa. A energia da tristeza e da estagnação pode afectar qualquer parte deste planeta, sem excepção. Mesmo uma planta que está florida num dia, linda e esplendorosa, pode ficar doente na semana seguinte e atacada por pragas.

A energia emanada por uma planta doente é muito semelhante à que se encontra na aura de uma pessoa. A diferença é que no caso da planta é mais simples mudar a situação, pois não existe resistência. Na presença do Amor, a planta não questiona, abre-se intuitivamente à energia e recebe a transmutação com rapidez. Nós já não somos assim. Perante a energia do Amor, um coração fechado produz dor, porque resiste de imediato.

O coração fecha-se devido a traumas, a inseguranças, a ansiedades e a um conjunto de sensações produzidas pela Mente redutora. Somos prisioneiros de nós próprios e alimentamos a tristeza, vivendo uma relação de amor-ódio com ela, pois queremos libertar-nos, mas ao mesmo tempo vivemos aterrorizados por deixá-la ir. Porque deixá-la ir significa abrirmo-nos ao Amor e à Vida, aceitando o seu fluxo, sem controlarmos a nossa experiência. É rebentar a ilusão de que temos alguma Ordem permanente nas nossas vidas, que se seguirmos a fórmula “x” ou “y” iremos gerar resultados previsíveis. É largar mão de “garantias” e finalmente vê-las por aquilo que são: ilusões.

Compreender que tudo na nossa vida é reflexo do nosso interior é compreender que nada do que sentimos ocorre fora de nós. Assim se explica que pessoas diferentes passem por provações difíceis e gerem resultados diferentes.

Não é a situação que nos define, somos nós que nos definimos a nós próprios perante a situação. Perante o olhar que temos sobre a situação. A Mente quer convencer-nos de que uma determinada dor, situação passada/presente ou trauma é muito maior do que nós e que estamos condenados a uma existência fracassada. E, do ponto de vista da Mente, é verdade. Mas, a Alma tem outra perspectiva e esse Olhar elevado expressa-se através do Coração.

A Voz do Coração

A voz do Coração ouve-se no silêncio da Mente. É a nossa verdadeira Voz, é aquela que nos Guia e que conduz milagres à nossa Vida. Se o Coração se tornar o Mestre, a Mente torna-se a sua discípula, podendo ser utilizada com todas as suas capacidades para servir o Divino e não o Material. Não é suposto descartamos a Mente, é suposto tirá-la do cargo que nunca foi seu e colocá-la no local certo, onde pode servir sem interferir.

A Mente vive no passado e convence-nos de que o Futuro será igual, mas a Alma vive apenas no Presente e sabe o Poder que encerra. Por isso, nunca é tarde. O momento Presente é perfeito e suficiente para mudar o rumo que tivemos até hoje ou para reforçarmos o compromisso que nos levou até aqui.

A Luz que temos cá dentro é testemunha do Valor que temos, independentemente de tudo o resto. A nossa Vida é uma dádiva, mesmo nos desafios mais difíceis, e quando nos esquecemos desta Verdade, é preciso buscá-la. Não basta ouvir outra pessoa dizer “Tens Valor”, é preciso ir à procura cá dentro desse Valor de forma a reconhecê-lo como real.

A Energia Divina está sempre presente e nunca desiste de nós. Mas, cabe-nos a nós não desistirmos de nós próprios e procurar essa Luz integrando-a em cada célula do nosso corpo e em cada recanto da nossa Mente. Só assim brotará Paz dentro de nós: a partir de um Coração sarado, aberto e confiante.

Muita Luz,

Sofia

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