A vida é sofrimento?

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O sofrimento que percepcionamos do nosso passado faz-nos acreditar que é o único caminho do presente. Faz-nos associar desafio a sofrimento, porque a única forma que conhecemos até agora de atravessar um desafio foi através da dor.

O Ego traz-nos esta experiência e preenche a nossa consciência de uma projecção de um futuro que não é mais do que uma imitação do nosso passado. E, instiga-nos ao Medo e ao pânico, porque acredita que a vida é sinónimo de sofrimento. Pelo menos, é essa a afirmação que nos obriga a repetir de forma incessante, de uma intensidade tal que até nos momentos de felicidade, está lá uma pequena pontada de Medo que a vida nos roube de tais momentos. Que, de um momento para o outro, tudo possa mudar. Que se algo for bom “demais”, de certeza que algo lá à frente virá destruir a pequena bolha de alegria que conseguimos para nós. E, a vida torna-se uma profecia que nós próprios construímos e acreditamos que temos justificação, pois o nosso passado ajuda-nos a defender esta premissa já que esteve preenchido de sofrimento.

O que não nos apercebemos, e que se move nos bastidores da nossa Mente, é que é o nosso próprio Ego quem escreveu a peça do nosso presente, pois é ele que comanda as nossas percepções. Quando a nossa dor é tal e a nossa Mente não consegue discernir uma solução, começa a vertigem autodestrutiva que nos empurra para a ansiedade, o isolamento e um vazio de sentido. Agarramo-nos às estruturas já aprendidas dos nossos antepassados, convencendo-nos a nós próprios de que estamos a fazer aquilo para que fomos ensinados, como se isso fosse justificação para a nossa própria existência sofrida.

Achamos que é suposto aguentar, é suposto sofrer, é suposto doer, porque estamos convencidos de que a vida é sofrimento. É suposto cada um fazer o que pode para sobreviver. A crença do dever antes do prazer. Mas, onde fica o prazer se acreditamos que viemos aqui para sofrer? Quanto muito, não existe esse prazer, existe sim um momento de alívio que damos a nós próprios para arranjar algum espaço para respirar, mas prazer real? Prazer real só pode vir da Paz. A Paz a que podemos aceder através da nossa Alma, da comunhão com a nossa centelha divina. E a Alma não acredita em sofrimento, pois sabe que este é irreal. Não significa que não seja sentido, não significa que não doa. Significa é que está nas nossas mãos mudarmos a nossa Consciência acerca de nós próprios e da nossa vida. Significa que aquilo que é irreal cai quando nós decidimos olhar para nós e para a nossa vida com outros olhos, abrir o nosso coração e, finalmente, reconhecer o nosso Valor. Reconhecer que a nossa verdadeira natureza é o Amor e que viemos aqui para fazer aprendizagens, e a forma de as atravessarmos vai depender muito do olhar que projectamos sobre elas.

De cada vez que sentimos ou achamos que temos um alvo nas costas e que a felicidade para nós não está escrita nas estrelas, que o verdadeiro prazer e liberdade está apenas destinado a alguns sortudos, estamos a dar ouvidos à voz da Mente, à voz do Ego, que nada sabe para além daquilo que já sabe e que é o resultado das suas interpretações limitadas e erróneas. Se você estivesse a viajar com um companheiro, que sabia tanto quanto você acerca do território onde se encontravam, não tinha qualquer mapa tal como você não tem, você acreditaria nas direcções que ele lhe desse, mesmo que ele o fizesse com toda a convicção? Ou olharia para ele e encolheria os ombros perante a sua atitude ignorante, mas declaradamente arrogante?

A Mente é uma ferramenta fantástica, mas apenas quando está ao serviço da Alma e não o contrário. Nós somos muito mais do que estes corpos e estas vivências, tem de chegar o momento (ou vários) em que finalmente teremos de escolher a quem dar ouvidos, à Alma ou à Mente. E isto faz-se com pequenos passos. E o primeiro é reconhecer o nosso Valor, compreender que somos a Alma e que temos um papel muito importante nesta Vida. Mudar o nosso olhar em relação a nós próprios, sentirmos Amor por nós e sentirmos confiança que conseguiremos ultrapassar estes desafios, porque sabemos que não estamos sozinhos. Temos a nossa equipa espiritual connosco, que está apenas à espera que peçamos ajuda. Mas, em última instância, temos de ser nós a decidir mudar a nossa vida, mudar a percepção para uma de Amor. E, se não consegue ainda fazê-lo, pode começar por pedir isso mesmo. Peça à sua equipa de Amor e Luz que o ajude a aumentar a vibração da sua Mente, de forma a poder transmutar os seus padrões mentais negativos em positivos.

Começa tudo com um pequeno passo, e esse pequeno passo é impulsionado apenas pela nossa Vontade, a Vontade de ver para além da Ilusão e vislumbrar quem Somos na Realidade!

Muita Luz,
Sofia

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